Matéria #1 — O café está mais caro, e o mundo finalmente acordou.
Receita da Semana: V60 doce, limpo e vibrante
Use 18g de um de nossos cafés (Moose ou Mazama) moído médio-grosso.
Aqueça 250ml de água até 93°C, enxágue o filtro do V60 e despeje a água em movimentos circulares por cerca de três minutos.
Sirva imediatamente.
O resultado é uma xícara limpa, doce e vibrante — símbolo de uma nova fase de consciência sobre o que bebemos.
O Brasil vive um aumento real de consciência em relação ao café.
O consumidor deixou de ser passivo e agora quer entender origem, processo e preço justo.
Cafeterias, torrefações e produtores respondem com transparência e descobrem que informação também gera valor.
Beber café passou a ser ato consciente. Não é apenas “acordar”: é participar de uma cadeia complexa que começa no campo e termina na xícara.
E quanto mais olhamos para essa cadeia, mais descobrimos que o preço do café nunca foi só financeiro.
As últimas safras de arábica no Cerrado Mineiro e no Sul de Minas enfrentaram oscilações climáticas e redução de produtividade.
Ao mesmo tempo, a demanda por cafés de origem única, torra clara e rastreabilidade digital cresce de forma consistente.
Torrefações médias e grandes já reajustaram preços em até 20%, refletindo custos de logística, energia e insumos.
Na xícara, o efeito é claramente sensorial. Extrações bem controladas — com pré-infusão de 30 segundos, temperatura estável e tempo total de 2:30 a 3 minutos — destacam doçura e clareza.
Torra com final suave preserva açúcares e valoriza a origem, trazendo a verdade do grão sem maquiagem de amargor.
No cenário internacional, o café voltou ao centro das discussões políticas.
Em outubro, Donald Trump anunciou intenção de reduzir tarifas de importação para conter a alta de preços nos EUA ironicamente, após ele mesmo ter imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros no início do ano.
O efeito foi imediato: o café brasileiro encareceu lá fora, pressionando toda a cadeia.
Enquanto a Casa Branca discute planilhas, o produtor em Minas ajusta custos para manter qualidade.
A geopolítica entrou na torra e mudou a relação entre campo e consumidor.
Referências: Reuters (2025), Bloomberg Markets (2025), Associação Brasileira de Café Especial (ABCE).
O café está mais caro, mas talvez não seja o café que mudou, fomos nós.
Consumir café hoje é consumir propósito, ética e informação.
E quando um líder político consegue influenciar o preço da sua moka matinal, fica claro que a bebida cumpriu seu papel: unir mundos.
Da próxima vez que alguém reclamar que o café subiu, responda sem culpa:
“Não subiu. Acordou.”
(United by Bruno P. é uma coluna semanal sobre cultura, economia e comportamento através da lente do café.)
Recipe of the Week: sweet, clean and vibrant V60
Use 18g of fine our coffees (Moose or Mazama), medium-coarse grind.
Heat 250ml of water to 93°C, rinse the V60 filter and pour in gentle circles for about three minutes.
Serve immediately.
The result is a clean, sweet and vibrant cup, a symbol of a new era of awareness about what we drink.
Brazil is experiencing a real rise in coffee awareness.
Consumers have stopped being passive; they want to understand origin, process and fair value.
Cafés, roasters and producers respond with transparency and discover that knowledge itself adds value.
Drinking coffee has become a conscious act. It’s no longer about “waking up”, but about taking part in a chain that starts in the soil and ends in the cup.
And the more we look at this chain, the clearer it becomes that coffee’s price was never just financial.
Recent arabica harvests in Cerrado Mineiro and South Minas Gerais faced climate fluctuations and lower yields.
At the same time, demand for single-origin, light-roast, digitally traceable coffees continues to grow.
Medium and large roasters have raised prices by up to 20%, reflecting higher logistics and energy costs.
In the cup, the impact is sensory. Well-controlled extractions — 30s bloom, stable temperature, total time around 3 min, highlight sweetness and clarity.
Gentle roast finishes preserve natural sugars and let origin shine without the mask of bitterness.
On the international stage, coffee is back in political headlines.
In October, Donald Trump announced plans to cut import tariffs to curb rising U.S. coffee prices ironically, months after imposing a 50% tariff on Brazilian exports.
The effect was immediate: Brazilian coffee became costlier abroad, pressuring the entire supply chain.
While the White House debates numbers, farmers in Minas adjust their costs to maintain quality.
Geopolitics entered the roaster and reshaped the connection between producer and consumer.
Sources: Reuters (2025), Bloomberg Markets (2025), Brazilian Specialty Coffee Association (ABCE).
Coffee is more expensive today but perhaps it’s not the coffee that changed, it’s us.
To drink coffee now is to consume purpose, ethics and information.
And when a political leader can influence the price of your morning moka, you know the drink has done its job: connecting worlds.
Next time someone complains about the price, just smile and say:
“It didn’t go up. It woke up.”
(United by Bruno P. is a weekly column about culture, economy and human behavior through the lens of coffee.)

Share: